Está frio, meu amor, não acordes

Está frio, meu amor,
Não acordes.
Não reconheças ninguém

No medo escuro da noite.
Por mais que te peçam,
Que a vontade te açoite,
Torna a dormir,

Aconchegado.
Não acordes.

Queria eu ter um abraço quente,
Envolver-te todo e sempre,

Mas sou tão pequena...
Queria eu dar passos de gigante,
Ser amor, amada, amante,
Mas sou tão pequena...
Queria eu dar-me toda e tudo
Mas sempre que mudo
Continuo pequena.

Ainda é noite, meu amor,
Não acordes.
Dá tempo, quando o sol raiar,
De te agasalhares bem,
De te encontrares contigo na esquina
No café, nas pessoas,
Nas coisas que amas, nas coisas boas.

E perguntares se vale a pena
Acordares de noite naquele abraço:
No meu, que sou pequena.