A verdade e dois sopapos

Já não há paciência.
Reitero, já não há uma migalha de paciência.

Incomodam-me as pessoas com complexo de "personagem de filme". Vilões ou heróis, colocam-se em papéis por si rotulados, seguindo uma vida lírica e irreal.


Cada vez que falam ouvem-se atrás violinos, às vezes desafinados.

Por favor, onde estão as pessoas reais? Que vivem vidas reais, com os pés assentes no chão, sonhando nas alturas certas sem delírios de grandeza ou de perseguição ou de mártir, nem arrogantes nem falsamente modestas. Cientes daquilo que fazem bem e daquilo que fazem mal, procurando de forma realista reequilibrar a, já de si precária, balança das relações humanas.

Estou cansadíssima de violinos.
Toquem um tambor, ou ferrinhos, ou clarinete, ou tuba.

O violino é tão complexo e etéreo que ninguém consegue acompanhar o seu lirismo afectado durante muito tempo sem perder a sanidade.

Calem-se e olhem em volta.

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